quarta-feira, 28 de maio de 2008

Sensação Consciente

Ontem, no escuro da noite, na leveza dos lençóis, um arrepio doloroso varreu-me o corpo dilacerando-me. Num suspiro, um sumiço da alma. O corpo começou a tremer, a cabeça a latejar como se farpas a ferissem, o terror a subir à boca, na ânsia de sair.

Foi o primeiro momento de sensação consciente, da verdade percebida e interiorizada...vocês já não estão cá, e não voltarão a estar.

Ainda que por um breve instante, a verdade aconteceu. E doeu. Física e emocionalmente doeu, doeu muito.

O medo arrebatou-me...porque esta sensação não quero sentir e não consigo controlar. A plena noção que se ela acontecesse sempre, não me conseguiria sequer levantar.
Medo do que não quero ser, medo de cair, medo de querer desistir. Medo do que ainda vem, medo do que já não volta.

Lembrei-me de vocês na forma mais simples possível, sentados, calados, alvos do meu olhar...simplesmente um olhar...o que eu não dava só para poder olhar para vocês. Foi de tal forma arrasador que tive de afastar o pensamento de mim...era insuportável.

Tenho saudades, tantas, tantas, que não a posso falar.

Ás vezes apetece-me gritar...outras o silêncio anula toda e qualquer manifestação do meu ser.

Na verdade, tudo isto ainda custa a acreditar...ou talvez eu prefira continuar a sonhar, vivendo nesta realidade paralela, em que intimamente a minha verdade é presença, a ausência da forma é viajante e eu espero, sempre, que um dia acordo e o que sonho é verdade.

Sem comentários: