segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Passagem

Eu vejo e os meus olhos acreditam.
Eu sinto e desejo de verdade.
Não são as passas, o champanhe, o subir a cadeira, o bater das panelas.
É tudo, tudo o que nos faz repassar, analisar e voltar a sonhar.
E porque não aproveitar este dia e prometer promessas que não se cumprirão?
E porque não sonhar com sonhos pelos quais não vamos lutar?
E porque não acreditar, ainda que por um dia, nos 364 que se seguirão?
Eu faço balanço, sonho, prometo e acredito!
E, quando começar a contagem, a partir do 12 vou-me agarrar ao momento,
Vou relembrar, vou prometer, vou sonhar,
E quando chegar ao 1, vou descer a cadeira com o coração cheio de esperança,
E acreditar que as gargalhadas que me enchem os ouvidos,
O amor que me rodeia,
Os sonhos que me alimentam
Me irão acompanhar,
Sempre,
Para que em mais nenhum dia do ano,
Eu possa gritar,
Contente,
A contagem decrescente do tempo!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL

E porque família vai muito além do sangue que nos corre nas veias, por vocês Família, hoje, afinal, encontrei-me com o Natal!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Este Natal

Ausente...
Encontrando-me comigo às escondidas, encontros mansos, subtis.
Eu e meu pensamento, vigiados pelo coração.
Conversamos, tentamos nos entender.
Ele vê sentido, eu não.
Mas este dia não é meu. Nem dele.
É do coração.
E não vou de encontro à vaga, não é tempo de luta.
Está o que não posso mudar. Não me vou cansar.
Por isso deixo-me só estar.
Dispensei o pensamento.
Dei folga ao coração. Não vai cá estar por dois dias.
E é o que é e só pode ser assim.
Não ignoro, mas não posso absorver mais deste tempo.
Faço o que posso para compensar.
Mas o coração não pode acreditar.
Chegámos a um acordo.
O tempo não mudou o calendário.
Por isso, vou deixá-lo passar por mim.
Não me chamem agora pelo nome
Estou ausente, pra poder estar aqui.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Abrir A Porta À Vida


Fizeste-me pensar...

Não são pensamentos novos, é verdade. Tenho pensado sobre o assunto, bastante.
Atormenta-me a ideia de só conseguir escrever sobre...sobre isto...e sobre o que isto fez de mim.
De só conseguir...ou de não me permitir...

Assusta-me a ideia de me habituar a viver com esta ausência!

Pronto! Disse-o! É esta a verdade. Tenho medo de abandonar a dor, como se de alguma forma ela me permitisse não abandonar o capítulo da minha vida que encerrou.

Não sei se as guias das minhas asas ainda não voltaram a crescer...ou se serei eu que não me deixo voar.

Na verdade, ainda não me permiti a tentar.

Há respostas que ainda não encontrei. Há perguntas que ainda não me atrevi a fazer...

E AGORA?

Hoje li algures "Não é verdade que o tempo cura todas as feridas. Elas permanecem lá. O tempo apenas lhes coloca uma cicatriz por cima, atenuando a dor que elas provocam".

Vou pensar sobre o pensamento...Sei que o longe é do tamanho do meu olhar...

Talvez um dia destes eu abra a porta à vida...

Talvez um dia destes me lance no horizonte das incertezas...procurando as respostas que o a terra firme esgotou.

Talvez um dia destes te surpreenda, quando, ao me leres, olhares para cima e me vires de asas estendidas.

Então sei que estarás sorrindo, orgulhosa da tua gaivota rebelde, que não se conformou.

E no teu coração estará a alegria de saberes que, mesmo de asa partida, ela tentou!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Crescendo


Os dias passam, um após o outro
O meu coração soma emoções
Às vezes rebenta de dor, mas outras, tudo é amor
Pequenina, vou-me reconstruindo
Sou o que fui e o que não sei ainda ser
Sou o passado que me enche, e o futuro que sonho
Dia a dia, o acordar é uma surpresa
Cresço a cada dia
E sei que o meu espaço vai ficando pequeno para mim
Vou adiando o meu momento
Serei eu que não quero ainda nascer?
Ou não é ainda o tempo de eu acontecer?
Preciso mas não quero me libertar ainda
Adio paciente o meu parto
Busco e construo o que perdi em mim
Não sou ainda o que quero ser
E não quero ser assim
Olho para ver, sou para acontecer
E neste ventre em que me defendo
Não posso ainda abrir a comporta da dor
Preciso me fazer para poder ser
Quero dar passos firmes na vida
Marcar, perpetuar, tudo o que habita em mim
No mundo que a vida semeou no meu quintal
Deixar as sementes que me farão crescer depois de mim
Inspirar os frutos do meu ser
Como a minha árvore me inspirou a mim
Saber que vou sorrir sem tremer
Expulsar a culpa de poder viver
Sem ser mais que a ferida que tomou conta de mim
Quero ser tudo e o nada que já não sei ser
Quero saber, que quando renascer
Me posso apresentar ao dia dizendo:
"Bom dia vida, esta sou eu, pronta a viver!"

sábado, 13 de dezembro de 2008

O Que Deus Uniu, Nem a Morte Pode Separar


9 meses, tempo de gerar um novo acordar
Deixei de ligar às datas, são muitas e eu não me quero lembrar
Mas hoje, a coincidência empurrou-me, e eu não me consegui desviar
Obriguei-me a pensar, a sentir, a especular
E, é este o dia que me faz avançar
É aqui que está o sentido, o aceitar

O que Deus uniu, nem a morte pode separar!

E por isso aqui, hoje, sou eu que vou festejar
Aí, juntos de certeza, podem continuar
O amor que vai muito além do casar
Sei que é esse o amor que me faz sonhar
Onde não se distingue o fim e o começar
Festejo esta união que me fez acordar
Para a vida de que só me posso orgulhar
E, mesmo sem querer rimar
O vosso amor será o eterno versar
No meu coração sedento de continuar
A eterna poesia do amar!
Eu sei,

O que Deus uniu, nem a morte pode separar!


terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O Meu Poeta

Nas tuas palavras nasci
Hoje o meu coração abarcou em ti.
Aí onde estás, ainda me podes ler?
De mansinho, velas o meu crescer?
As palavras perduram
E do passado empurram
Tanto amor, tanto ardor
E eu sinto-lhes o sabor
Como da primeira vez que as li
Sussurras-me o que escrevi
Quando morava no teu coração
E fazias de mim a tua inspiração
Serás sempre o Meu Poeta
Meu avô, qual profeta
Viste o teu continuar
"Andorinha que me vem acordar"
E se em mim te viste repetido
Da tua herança irei tirar sentido
E nesta, sempre nossa, poesia imortal
Possam, pelo tempo intemporal,
Serem minhas palavras o continuar
Do teu vitalício orgulhar

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Outros Pedaços de Mim

Poetas mudos
Que envergonham cultos
Num mundo que só reconhece o conhecido
Gritam palavras com tanto sentido

E elas se cruzam
Nos sentimentos que usam
E dão a conhecer
Aos que se permitem renascer

A cada palavra solta
Numa magia louca
De escrever o coração
E partilhar sem petição

Encontraram-me sem querer
E eu deixo-me achar sem temer
E leio os vossos "Eu"
Enquanto tento achar o meu


E devagarinho, meus talentosos meninos
Vamos cruzando nossos caminhos
E à medida que vos leio assim
Vos faço, feliz, Pedaços de Mim
!

(Para vocês, bloggers,
que partilham o vosso coração
e cruzam sentimentos,
que ligam o mundo como uma oração)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

E então Dancei...


E dancei, dancei, dancei, dancei...

E uma alegria tímida dançou comigo

Os minutos correram apressados com a música

E eu sacudi todo o mau estar que me polui

Foi aí que o riso chegou

Entrou em mim,

Mexeu, rolou,

E eu expirei-o numa gargalhada que há muito não ouvia.

E continuei até os pulmões gritarem de exaustão

Começou a chover, forte

Um cinzento carregado cobriu o céu

Loucura...

Fui lá fora e recomecei a minha dança

Águas furtadas de mim

Escorrendo o cinzento

E no meu riso louco

Vi tudo azul!

Podes vir, pozinho de dor

Acabarei sempre por arranjar uma maneira de te limpar

Porque nem todos os dias são cinzentos,

Porque nem todos os dias são dias de chorar,

Acabei de descobrir,

Que, ainda que nem sempre consiga,

As cores da vida dependem do meu olhar!