sábado, 7 de junho de 2008

O Peso da Mudança

A mudança custa tanto...
De onde virá esta resistência do ser humano ao diferente? Este contracenso de desgostar da rotina e simultaneamente renegar a mudança?
Custa-nos sempre mudar...de casa, de emprego, de relação, de visual...ainda que para melhor, a mudança assusta porque é desconhecida e tendemos a temer o que não conhecemos.
A minha vida mudou, radicalmente, mas este processo de transição não tem que trazer necessariamente só coisas más. Custa porque foi imposto, sem escolha e implica uma mudança de formas ausentes que não queria experimentar. Custa porque tudo o que até aqui era a realidade que conhecia, não se voltará a repetir. Custa, porque temo o desconhecido. Custa, porque não posso voltar atrás. Tento encarar isto como uma evolução e manter-me receptiva à vivência das coisas novas que até aqui ocorriam sempre da mesma maneira e que sempre esperei ver repetidas por muitos e muitos anos. Mas a verdade, gostava desse comodismo...do que tinha por certo e inabalável.
Não aconteceu. E agora? Valerá a pena remoer, rebuscar, pensar como era? Não creio. Mas ainda não consegui abrir totalmente o coração à mudança.
Agora que a dor é silenciosa, agora que a verdade me atropela e a consciência volta a mim, o receio, o medo, a surpresa, a novidade, o novo...a saudade...explodem em todo o seu esplendor, no bom e no mau.
Por vezes penso que estou a reaprender a viver, que fui transportada para uma nova realidade e tenho de aprender a viver nela...adaptação...a terra continua redonda, a geografia mapeada, os relógios contando e somando...mas a ausência que os meus olhos alcançam ainda é muito vazia...

Não questiono a vida, a nossa ignorância do acontecer é demasiado grande para que eu a julgue.
Sim, temo a mudança, mas não lhe coloco entraves...receosa, assustada, mas esperançosa, espero do futuro o bem que ele certamente trará...mas continuo grande parte do meu dia a viver esta segunda vida que criei em mim, esta realidade paralela em que finjo que há momentos que não aconteceram...
Mas não traio os genes que carrego na alma e no peito, as memórias e os olhares que não se apagam...tive neles, toda a vida e até ao seu último suspiro, os exemplos da força que contrariam a própria ciência, a força que vai além do corpo...
...Não me sento à espera da vida...corro para a não deixar acontecer antes de mim.

...No meu coração, lado a lado com a saudade, um sonho...o de voltar a ser imensamente feliz.

1 comentário:

Anónimo disse...

"A vida faz-se caminhando sem mapa e não é possível voltar para trás".

Como amiga estou atenta aos teus dias,e, por agora, aqui deixo " o meu empurrão" de incentivo, de força, para a mudança que estás a enfrentar! A felicidade espera-te.. luta por ela! Sei que tens força e essa mesma força, é meio caminho para seres uma vencedora!

Bjs de amizade
Eduarda