E eis que, mais uma vez, o coração me leva a fazer uma coisa que a boca disse que não faria.
Blog?? Isso não é mais que um diário que deixa de o ser porque é público! ... (antes do instante)
Afinal, e porque a vida mudou a retina do meu olhar sobre várias formas que antes não via, descobri, por um lado, que as emoções que a cada um dizem respeito não podem ser, de forma algum, violadas, roubadas ou expostas, por outro lado, emoções e pensamentos há que podem e devem ser partilhados ...
Urge em mim a necessidade de registar o evoluir deste momento da minha vida
...(depois do instante)
Acho que não preciso definir "o instante"....
Até aqui não me sentia preparada para falar...porque o Medo, não me deixava sequer perceber o que sentia. Guardo para mim os textos indefinidos, vindos em bruto do coração (frases soltas, desencontradas, sem sucessão organizada)
Só agora consigo alinhavar (mais ou menos) pensamentos e emoções. Continuo a achar que não há português ou retórica que traduzam o que sinto, mas há uma calma dorida que se instalou
em mim e que me permite fazer um discurso coerente.
A fase pior só agora começou. Até aqui a "amalgama" desordenada de ideias e sentimentos comandados pelo choque dos acontecimentos imprevisíveis em catadupa, sem que pudesse sequer respirar , impediam-me de perceber o que me estava a acontecer.
Agora...agora que as ideias se definem e os sentimentos se organizam, a retina capta e grava directamente no coração a imagem dura e crua da vida que agora se me apresenta diante do ser.
Digamos que estou mais consciente do que me aconteceu....e por isso...mais triste também.
Começo a sentir o desamparo, a ausência de paredes, a inexistência do chão, o vazio da ausência dos protectores que tudo resolvem, que de tudo nos protegem, que têm sempre um ombro para absorver as nossas lágrimas...
É como perder o norte da bússola, ficar perdida no mar quando o porto de abrigo desapareceu, ter de seguir rota sem o capitão, sem quem saiba ler o mapa, cair num poço sem fundo.
E ao mesmo tempo, lidar com a perca individual de cada um (o que só agora começou a acontecer..)
Não preciso dizer que, sob várias perspectivas, a minha vida mudou. Não de forma radical como muita gente poderá pensar. Continuo a achar impossível que alguém consiga viver (pelo menos com sanidade) se estiver sempre a pensar que uma coisa destas pode acontecer.
No entanto, há coisas pequenas que tendemos a sobrevalorizar e que se tornam insignificantes ao ponto de deixarem de ter importância. Outras há, que temos tendência a desvalorizar e que se tornam gigantes em importância.
Sinto a urgência do tempo, mas no que respeita a não deixar de dizer, sobretudo o que é bom de ouvir, ás pessoas que amamos. Independentemente das vezes que o tenhamos feito, quando elas já não podem ouvir, foi sempre pouco.
Em mails trocados com o Dias e a Mariana, começaram a surgir desabafos que acabei por alcunhar espontaneamente de "Pedaços de Mim". O título pareceu-me, entretanto, totalmente adequado para o que aqui deposito.
Blog?? Isso não é mais que um diário que deixa de o ser porque é público! ... (antes do instante)
Afinal, e porque a vida mudou a retina do meu olhar sobre várias formas que antes não via, descobri, por um lado, que as emoções que a cada um dizem respeito não podem ser, de forma algum, violadas, roubadas ou expostas, por outro lado, emoções e pensamentos há que podem e devem ser partilhados ...
Urge em mim a necessidade de registar o evoluir deste momento da minha vida
...(depois do instante)
Acho que não preciso definir "o instante"....
Até aqui não me sentia preparada para falar...porque o Medo, não me deixava sequer perceber o que sentia. Guardo para mim os textos indefinidos, vindos em bruto do coração (frases soltas, desencontradas, sem sucessão organizada)
Só agora consigo alinhavar (mais ou menos) pensamentos e emoções. Continuo a achar que não há português ou retórica que traduzam o que sinto, mas há uma calma dorida que se instalou
em mim e que me permite fazer um discurso coerente.
A fase pior só agora começou. Até aqui a "amalgama" desordenada de ideias e sentimentos comandados pelo choque dos acontecimentos imprevisíveis em catadupa, sem que pudesse sequer respirar , impediam-me de perceber o que me estava a acontecer.
Agora...agora que as ideias se definem e os sentimentos se organizam, a retina capta e grava directamente no coração a imagem dura e crua da vida que agora se me apresenta diante do ser.
Digamos que estou mais consciente do que me aconteceu....e por isso...mais triste também.
Começo a sentir o desamparo, a ausência de paredes, a inexistência do chão, o vazio da ausência dos protectores que tudo resolvem, que de tudo nos protegem, que têm sempre um ombro para absorver as nossas lágrimas...
É como perder o norte da bússola, ficar perdida no mar quando o porto de abrigo desapareceu, ter de seguir rota sem o capitão, sem quem saiba ler o mapa, cair num poço sem fundo.
E ao mesmo tempo, lidar com a perca individual de cada um (o que só agora começou a acontecer..)
Não preciso dizer que, sob várias perspectivas, a minha vida mudou. Não de forma radical como muita gente poderá pensar. Continuo a achar impossível que alguém consiga viver (pelo menos com sanidade) se estiver sempre a pensar que uma coisa destas pode acontecer.
No entanto, há coisas pequenas que tendemos a sobrevalorizar e que se tornam insignificantes ao ponto de deixarem de ter importância. Outras há, que temos tendência a desvalorizar e que se tornam gigantes em importância.
Sinto a urgência do tempo, mas no que respeita a não deixar de dizer, sobretudo o que é bom de ouvir, ás pessoas que amamos. Independentemente das vezes que o tenhamos feito, quando elas já não podem ouvir, foi sempre pouco.
Em mails trocados com o Dias e a Mariana, começaram a surgir desabafos que acabei por alcunhar espontaneamente de "Pedaços de Mim". O título pareceu-me, entretanto, totalmente adequado para o que aqui deposito.
Partilho por isso com quem me queira ler, a força que sinto, a presença interior que não desaparece, o cordão umbilical imortal que o tempo e o espaço não podem cortar.
Partilho com quem me queira ler a ajuda que posso dar e receber.
Partilho com quem me queira ler, a promessa que voltarei a ser muito feliz.
Partilho com quem me queira ler, a certeza de que o dia em que eles se ausentam da nossa vista, não será a última vez que os vemos.
Partilho com quem me queira ler a ajuda que posso dar e receber.
Partilho com quem me queira ler, a promessa que voltarei a ser muito feliz.
Partilho com quem me queira ler, a certeza de que o dia em que eles se ausentam da nossa vista, não será a última vez que os vemos.
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