Acordei cedo...
Saí para fora e o pinhal brindou-me com uma manhã deliciosamente bela.
Fiquei assim um tempo bebendo o ar conhecido e ainda assim, sempre renovado.
Deixei os olhos vingarem-se, abri um sorriso ao céu.
Depois cerrei-os e deixei a brisa brincar com a minha pele.
Não sei quanto tempo me mantive nesta dança nupcial, de um corpo que conhece e obedece a esta Natureza da qual é parte.
Quando me sentei para comer, acompanhada dos pássaros que me vieram cantar e das memórias que me vieram visitar, pensei em vocês.
Era esta a altura em que pegava no telefone e te ligava para saber como "está tudo".
Lembrei-me que logo no início desta nova vida, me reprimia e culpava nos momentos em que sentia vontade de rir.
Apercebi-me como tenho rido cada vez menos. Apercebi-me que o "tudo" ficou vazio demais...e o que era vago agora diz muito.
Bebi a lágrima da doce saudade e deixei-me encharcar de memórias.
Respirei fundo e ergui o corpo ao tempo.
É hora de subir mais um degrau...Hoje não virei as costas ao dia, deixei que todo o sentir tomasse conta de mim...permiti-me...novamente.
Um formigueiro de excitação percorreu-me o corpo, quando me apercebi, sem culpa, da data que não vi passar.
E, novamente sorri.
Fui lá fora e brindei a noite com um sorriso de agradecimento.
Tão belo este Mundo...como posso não me encantar
Enquanto me permitires a memória, meu Deus,
A saudade não me irá matar
3 comentários:
E que lindo dia para se viver em Paz!!!
Saudade é uma boa cia p/ quem acredita nunca estar só...
vc está acompanhada das boas lembranças, olha que tesouro!!!
Um bj carinhoso viu!!! Adoro seus textos também!
Hoje um amigo enviou-me um texto do Miguel Esteves Cardoso, publicado no Independente, em 26/10/1990, mas que permanece demasiado actual. Deixo-te esta sugestão de leitura: http://www.projectotio.net/site.php?Tipo=1&IDPag=7187
"Enquanto me permitires a memória, meu Deus,
A saudade não me irá matar"
As coisas que aprendo contigo....
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